sábado, 28 de junho de 2014


Missão da Nasa descobre 715 novos planetas fora do Sistema Solar.

26/06/2014  16h50 hs

 UOL, em São Paulo/ UPI/ Reutern


·         Nasa
A missão Kepler da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) anunciou a descoberta de 715 novos planetas, que orbitam 305 estrelas em sistemas planetários similares ao nosso Sistema Solar. Já são 1700 exoplanetas conhecidos.
Desses 1700 exoplanetas, 352 são catalogados como possuidores de vida, ao possuírem  mares de água salgada.



Quase 95% destes exoplanetas (que são planetas fora do nosso Sistema Solar) são menores que Netuno, que por sua vez é quase quatro vezes o tamanho da Terra.
Concepção artística da proporção Netuno/Terra
 Esta descoberta marca um aumento significativo no número de planetas conhecidos de pequeno porte e por isso mais parecidos com a Terra.
" A equipe do Telescópio Espacial Kepler continua a surpreender e entusiasmar-nos com os seus resultados de caçada de planeta", disse John Grunsfeld , administrador associado para a Ciência da Nasa, em Washington. " Se esses novos planetas e sistemas solares se parecerem um pouco como o nosso, teremos um grande futuro quando o Telescópio Espacial James Webb (substituto do Hubble) começar a buscar novos mundos".
Desde a descoberta dos primeiros planetas fora do nosso Sistema Solar há cerca de duas décadas, a verificação tem sido um processo planeta-a-planeta trabalhoso.   Agora , os cientistas têm uma técnica estatística que pode ser aplicada a muitos planetas de uma só vez quando são encontrados em sistemas que abranjam mais de um planeta em torno da mesma estrela.
Para verificar estes planetas, uma equipe de pesquisa co-liderada por Jack Lissauer, cientista planetário no Centro de Pesquisa Ames da Nasa em Moffett Field, Califórnia, analisou estrelas com mais de um planeta em potencial - todos detectados nos dois primeiros anos de observações do telescópio espacial Kepler - Maio de 2009 a março de 2011.

Telescópio espacial Kepler
A equipe de pesquisa usou uma técnica chamada verificação pela multiplicidade, que se baseia, em parte, na lógica da probabilidade. O telescópio espacial Kepler observa 150.000 estrelas, e assim encontra algumas milhares que têm planetas candidatos. Através de um estudo cuidadoso da amostra, estes 715 novos planetas foram verificados.
Este método pode ser comparado ao comportamento de leões e leoas. Na savana, os leões são as estrelas e as leoas são os planetas candidatos. As leoas, às vezes, são observadas em grupo enquanto leões tendem a vaguear por conta própria. Se você vir dois leões poderia ser um leão e uma leoa ou poderiam ser dois leões. Mas se mais de dois grandes felinos estão reunidos, então é muito provável que seja um leão e sua alcateia. Assim, através de multiplicidade a leoa pode ser identificada de forma confiável quase que da mesma maneira que vários candidatos a planeta podem ser encontrados em torno da mesma estrela.
"Quatro anos atrás , o telescópio espacial Kepler começou uma série de descobertas, primeiro com centenas, depois milhares, de candidatos planeta - mas eles eram apenas mundos candidatos ", afirmou Lissauer . "Nós temos agora um processo para verificar vários candidatos à granel para achar planetas no atacado, e temos o usado para revelar uma verdadeira mina de ouro de novos mundos".
Estes sistemas de múltiplos planeta são terreno fértil para o estudo de planetas individuais e a configuração dos bairros planetários. Isto fornece pistas sobre a formação de planetas.
Novas Terras

Quatro desses novos planetas são menos do que 2,5 vezes o tamanho da Terra e a órbita está na zona habitável de seu Sol, definido como o intervalo de distância de uma estrela onde a temperatura da superfície de um planeta em órbita pode ser adequada para a água líquida que dá origem à vida.

Um desses novos planetas na zona habitável, chamado Kepler-296f , orbita uma estrela da metade do tamanho do nosso Sol. O exoplaneta Kepler- 296f 

é duas vezes o tamanho da Terra,  os cientistas detectaram  que o planeta é um mundo de água cercada por um oceano profundo.
"A partir deste estudo, descobrimos que estes planetas em multi-sistemas são pequenos e suas órbitas são planas e circulares - assemelhando-se a panquecas - não a sua visão clássica de um átomo ", disse Jason Rowe, pesquisador do Instituto SETI em Mountain View, Califórnia, e co-líder da pesquisa. "Quanto mais nós exploramos, mais descobrimos traços familiares de nós mesmos entre as estrelas que nos fazem lembrar de casa."
Lançado em março de 2009, o telescópio espacial Kepler é a primeira missão da Nasa para encontrar planetas do tamanho da Terra potencialmente habitáveis.  Descobertas incluem mais de 3.600 candidatos a planetas , dos quais 961 foram confirmados.
Os resultados serão publicados em 10 de março no The Astrophysical Journal.


CONSIDERAÇÕES DESTE BLOG


Sobre os exoplanetas, por favor, vejam nossas postagens em 17 de abril deste ano sobre o exoplaneta Kepler-186f
Exoplaneta Kepler - 186f
e sobre o Kepler-GJ 1214b;
Exoplaneta Kepler-GJ 1214b
 e em 7 de maio também deste ano sobre o exoplaneta Beta Pectoris.

Exoplaneta Beta Pectoris



terça-feira, 3 de junho de 2014


Astrônomos descobrem planeta rochoso 17 vezes maior que a Terra

UPI/ EFE/France Press

02 Junho 2014 | 19h 40


'Mega-Terra' dá voltas ao redor de estrela 

parecida com o sol em 45 dias; achado 

detecta vida fora do nosso 

planeta.

Astrônomos descobrem planeta rochoso 17 vezes maior que a Terra
Exoplaneta Kepler 10 c (NASA)

   Uma equipe de astrônomos coordenados pela Universidade de Genebra descobriu a existência de um novo tipo de planeta de composição rochosa com massa 17 vezes maior que a Terra, informou nesta segunda-feira, 2/6/2014, a instituição de ensino. Por suas dimensões, especialistas consideraram o planeta uma "Mega-Terra".
A característica rochosa deste planeta, batizado de Kepler-10c por causa do nome do satélite que o detectou pela primeira vez,
Telescópio espacial Kepler 1 (NASA)

implica na real existência de vida, de acordo com o cientista Stéphane Udry, coautor do estudo, citado no comunicado da Universidade.

O novo planeta se situa a 560 anos-luz da Terra, o que significa que está um pouco mais longe que o Kepler-186f, (veja nossa postagem de 17 de abril deste ano
o primeiro planeta descoberto fora do Sistema Solar, há cerca de dois meses, com um tamanho comparável à Terra e onde se acredita que possa existir água em estado líquido.
Exoplaneta Kepler 186f  (NASA)

  O novíssimo exoplaneta Kepler-10c dá voltas ao redor de uma estrela similar ao sol em 45 dias e se encontra na direção da constelação Draco.
Calcula-se que tenha 11 bilhões de anos, ou seja, 3 bilhões de anos após o Big Bang, período em que eram escassos os elementos químicos necessários para a criação de grandes planetas rochosos, como o silício e o ferro.
Esse achado seria também uma prova de que há planetas do tipo terrestre que se formaram muito rápido na história do Universo. Os astrônomos, portanto, podem ficar atentos, em seus estudos, para as estrelas mais antigas, na busca por novos planetas habitáveis.