domingo, 14 de dezembro de 2014


Missão Rosetta constata que a água existente em nosso planeta não tem origem em cometas.


Nova teoria estabelece que ela procede de asteróides.

ESA /  Le Monde
13/dez/2014

Um dos principais objetivos da sonda Rosetta em sua missão de exploração ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko,  era analisar a água ali existente, e desse corpo determinar se sua composição era a mesma da Terra. Um resultado positivo ajudaria a reforçar a teoria de que a água teria sido trazida até aqui por cometas.
A teoria, entretanto,  não ficou comprovada.
 Um estudo publicado nesta quarta-feira (10/12) na revista Science mostra que a água presente no 67P é  diferente da que existe no nosso planeta.
As medições que levaram a essa conclusão foram feitas pelo instrumento Rosina, a bordo da sonda Rosetta, composto por dois espectrômetros de massa e um sensor de pressão, durante os meses de agosto e setembro. Diante do resultado negativo, os pesquisadores, liderados por Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, apontam a possibilidade de a água ter vindo dos asteroides.
Estudo — Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram a composição da água do 67P. Na Terra, a água é mais comumente formada por átomos de oxigênio com oito prótons e oito nêutrons em seu núcleo (o oxigênio 16) e de hidrogênio com um próton e nenhum nêutron. Mas essa não é a única fórmula encontrada por aqui. A água também pode ser composta por isótopos (átomos de um mesmo elemento químico que diferem em massa) mais pesados, oxigênio 18 (oito prótons e dez nêutrons) e deutério, também conhecido como hidrogênio pesado, com um próton e um nêutron em seu núcleo.
Os instrumentos mediram a quantidade de deutério em comparação com hidrogênio na água do cometa, e o resultado encontrado foi cerca de três vezes o valor da Terra. 
“Agora sabemos que a água do 67P não é igual à da Terra”, afirma o professor do Instituto de Astronomia e, Geofísica e e Ciências Atmosféricas da USP, Enos Picazzio,. “Mas a água não é igual em todos os cometas. Esses corpos espaciais podem ter se formado em várias partes do Sistema Solar”.
Expectativa 
Duas “famílias” de cometas já tiveram a composição da água analisada: (1) aquelas pertencentes  à Nuvem de Oort, mais distantes do Sol, e (2) aquelas  de Júpiter, mais próximas do astro.  Só o 67P, agora,  e as sondas Explorer, anteriormente, puderam aferir in loco a composição das água existente em satélites de Júpiter –  (  VEJA NOSSAS POSTAGENS EM universo-sem-limites.blogspot.com.br  e caminhos-estrelas.blogspot.com.br    Nos demais casos, as medições foram feitas por telescópios.
Quanto aos cometas  Hartley 2 e 45/P, que gravitam o planeta Júpiter, possuem água relativamente parecida com a da Terra. Já a água do cometa 67P revelou-se mais parecida com a dos cometas da Nuvem de Oort.
Por hora, a probabilidade mais forte é a água ter vindo dos meteoritos”, afirma o Professor Picazzio. “Os condritos, meteoritos rochosos, têm a água mais semelhante à da Terra já observada no Sistema Solar. Acredita-se que eles sejam fragmentos de asteroides, os corpos celestes apontados pelos autores do estudo como nova possibilidade de origem da água Terra. Os asteroides são rochosos, mas contêm água congelada, hidrogênio e oxigênio”, explica o Professor Picazzio.

Missões futuras 
 Há uma semana, a agência espacial japonesa, Jaxa, lançou a sonda Hayabusa 2, que percorrerá 300 milhões de quilômetros para chegar, em 2018, ao asteroide 1999 JU3, com objetivo de recolher amostras dele. Paralelamente, a Nasa planeja para o ano que vem o lançamento da OSIRIS-REX, com destino ao asteroide Bennu, para recolher amostras em 2019.
Quando começou a missão Rosetta?
http://veja.abril.com.br/assets/images/2014/11/249354/ciencia-sonda-rosetta-cometa-20141112-007-size-620.jpg?1415803241

Em 1993, a Missão Internacional Rosetta foi aprovada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), com o objetivo de programar a expedição a um cometa, considerado um vestígio dos primórdios do Sistema Solar que continua vagando pelo espaço. Ela custou 1 bilhão de euros.

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Fotografia feita pelo robô Philae mostra um de seus pés no local de pouso na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
Fotografia feita pelo robô Philae mostra um de seus pés no local de pouso na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko - ESA/Rosetta/Philae/CIVA/Reuters
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014




Nave Soyuz chega à ISS com 1ª astronauta italiana.


03/12/2014
Getty Images
Astronauta italianaSamantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, é a primeira mulher italiana a viajar ao espaço e ficará na ISS até maio de 2015
A nave Soyuz com a primeira astronauta italiana da história, Samantha Cristoforetti, se acoplou com sucesso nesta segunda-feira à Estação Espacial Internacional (ISS), informou a Nasa.
A italiana, que viajou acompanhada de um russo, Anton Shkaplerov, e de um americano, Terry Virts, em uma nave Soyuz TMA 15-M, que decolou em Baikonur às 21H01 GMT (19H01 de Brasília) de domingo, chegou à ISS às 2H49 GMT (0H49 de Brasília) de segunda-feira.
 "Uma nova nave chegou. Está confirmado que a Soyuz está corretamente acoplada à estação", anunciou a Nasa.









Samantha Cristoforetti, da Agência Espacial Europeia, é a primeira mulher italiana a viajar ao espaço.
A astronauta de 37 anos, que também é oficial da Aeronáutica italiana, permanecerá a bordo da ISS até maio de 2015.
Na estação já se encontam  três astronautas, o americano Barry Wilmore e os russos Alexander Samokutiayev e Elena Serova, que devem retornar em maio à Terra.
A viagem representa uma mudança gastronômica na ISS, já que os novos astronautas transportaram quase meio quilo de caviar, informou Alexander Agureyev, um dos diretores da Estação.
A Soyuz transportou 15 latas 30 gramas de caviar, além de laranjas, limões, tomates, rações de leite liofilizado e chá sem açúcar.  De acordo com Agureyev, este foi um pedido dos astronautas para o Ano Novo.
Samantha Cristoform levou para a estação uma "ISS -presso", uma máquina de café que pesa 20 quilos.
Ao todo, 16 países participam da ISS. Rússia e Estados Unidos financiam a maior parte do projeto.
A construção desse laboratório orbital posto em órbita em 1998 custou US$ 100 bilhões. Em janeiro teve sua vida prolongada pela Nasa até 2024.
A Nasa depende da Rússia para enviar astronautas à ISS, o que custa 70 milhões de dólares por passageiro nas naves Soyuz.


CONSIDERAÇÕES DESTE BLOG:

 Em nossa postagem de 02 de novembro deste ano destacamos o grande feito russo ao enviar à ISS a astronauta Yelena Serova -- uma ex-modelo nascida em 22 de abril de 1976, doutorada em engenharia mecânica e pós graduada em economia.
Ela foi lançada à ISS com os astronautas Somokiave (russo) e Wilmore (americano).  Lá se encontram, portanto, desde novembro de 2014.  
Retornarão em maio de 2015.
A excepcional experiência da NASA e da ESA em enviar e manter astronautas femininas com astronautas masculinos  à ISS se prende à futura análise de nossos organismos quando 
da futura exploração marciana na próxima década.