Asteroide
passará de raspão pela Terra no início de março; Nasa não sabe exatamente
quando.
Um asteroide com
cerca de 30 metros de diâmetro — e portanto capaz de produzir danos — deve
passar de raspão pela Terra nos primeiros dias de março, mas não
deve colidir, segundo a Nasa.
Em
compensação, a essa altura, o nível de incerteza sobre quando ele vai passar de
raspão — e quão perto será esse “quase” — ainda é bem grande. De início,
imaginava-se que o objeto, que atende pelo nome 23 TX6801, fosse passar no dia
5, a cerca de 24 mil quilômetros da Terra — menos que duas vezes o diâmetro do
nosso planeta e numa região mais interna do que a que abriga a
maioria dos nossos satélites de telecomunicação. No futebolês, isso poderia ser
qualificado como um “Uhhhh!”.
Outras
observações de arquivo levantadas do asteroide, contudo, já sugerem que ele
provavelmente vai passar bem mais longe, fazendo sua aproximação
máxima só no dia 8, e a cerca de 5 milhões de quilômetros — várias vezes a
distância Terra-Lua.
A
despeito da incerteza, os cientistas afirmam que não há hipótese de colisão.
“Não há preocupação nenhuma sobre esse asteroide — a não ser que você esteja
interessado em vê-lo com um telescópio”, disse Paul Chodas, do JPL (Laboratório
de Propulsão a Jato) da Nasa.
(Não
se anime nem com isso, contudo: esse asteroide será muito difícil de observar,
com toda essa incerteza e com a possibilidade maior de passar muito longe.)
Outros eventos astronômicos do mês de março
Aliás,
março vai ser o grande mês dos eventos astronômicos que você NÃO vai ver. A
começar por um eclipse total do Sol que rola na virada do dia 8 para o dia 9,
mas só para quem estiver no Sudeste Asiático. E, no dia 14, a Lua vai
ocultar Aldebarã, a estrela mais brilhante da constelação de
Touro, mas você também não vai ver aqui do Brasil. No máximo, à noite,
encontrará a Lua bem pertinho de Aldebarã, o que facilitará a identificação da
bonita gigante vermelha.
A
65 anos-luz daqui, Aldebarã já foi no passado uma estrela muito parecida com o
Sol, mas é bemmais velha que ele. A essa altura, ela já saiu da sequência
principal e está na fase gigante, o que equivale a dizer que esgotou o
hidrogênio em seu núcleo. Enquanto consumia elementos maispesados no
processo de fusão nuclear, ela inchou até atingir um diâmetro 44 vezes maior
que o solar. É basicamente o que vai acontecer ao nosso Sol em mais uns
5 bilhões de anos.
Em
um artigo publicado no ano passado, um grupo de astrônomos encabeçado por Artie
Hatzes, da Universidade de Iena, na Alemanha, encontrou evidências de um
planeta gigante (entre 6 e 7 vezes a massa de Júpiter) com órbita similar à de
Marte (45% maior que a que a Terra descreve em torno do Sol) em torno de
Aldebarã. A descoberta foi feita com base em análises das variações de
velocidade radial da estrela colhidas durante três décadas. Será que Aldebarã,
no passado, teve um sistema planetário parecido com o nosso? Pode muito bem ter
sido esse o caso.
E
o destaque astronômico do mês que os amantes da observação celeste no Brasil
poderão de fato ver é o planeta Júpiter, que atinge sua oposição ao Sol no dia
8 e ganha seu brilho máximo, tornando-se ainda mais esplendoroso do
que o normal. Em sua aproximação máxima da Terra, no mesmo dia, ele estará a
663,5 milhões de quilômetros de nós (pouco mais de quatro vezes a
distância Terra-Sol, cerca de 150 milhões de km).
Na
astronáutica, o mês é marcado pelo retorno à Terra do astronauta Scott Kelly e
do cosmonauta Mikhail Kornienko, marcado para a primeira hora de quarta-feira
(2), depois de uma estadia de quase um ano (340 dias) a bordo da Estação
Espacial Internacional. Mais adiante, no dia 14, abre-se a janela de
lançamento para o ExoMars Trace Gas Orbiter, satélite da ESA destinado a
investigar o mistério do metano em Marte. Será que ele é sinal de vida no
planeta vermelho?
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