Água é descoberta, pela primeira vez, na atmosfera de exoplaneta do tamanho de Netuno.
O HAT-P-11b é o menor planeta fora do Sistema
Solar encontrado pelos cientistas a apresentar
essas condições. A descoberta, publicada na revista
'Nature', é mais um passo rumo à identificação de
mundos que possam abrigar vida.
24/09/2014
Veja Ciência / Agência EFE

O planeta HAT-P-11b, que possui um raio quatro vezes maior que o da Terra e está localizado na constelação de Cisne, a 122 anos-luz (cada ano luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) (David A. Aguilar/CfA/Reprodução/VEJA.com)
Os cientistas americanos Jonathan Fraine, Drake Deming, Bjorn Benneke, Heather Knutson, Andrés Jordán, Néstor Espinoza, Nikku Madhusudhan, Ashlee Wilkins, Kamen Todorovne pertencentes às instituições Universidade de Maryland, EUA, e com colaboração da PUC do Chile, detectaram vapor de água na atmosfera de um exoplaneta do tamanho de Netuno. O HAT-P-11b é o menor planeta fora do Sistema Solar.
A descoberta, publicada nesta quarta-feira (24/09) na revista Nature, permite avançar rumo à identificação de mundos em nossa galáxia com condições similares à da Terra — ou seja, que possam abrigar vida.
Com um raio quatro vezes maior que o de nosso planeta e localizado na constelação de Cisne, a 124 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), o HAT-P-11b possui uma camada de nuvens sobre sua superfície fria e gasosa que permitiu a análise da composição de sua atmosfera e revelou a presença de água.
Essas condições são raras, pois, até o momento, só era possível analisar a composição atmosférica de grandes planetas gasosos, similares a Júpiter. Os planetas menores normalmente são cobertos por densas nuvens, compostas por todos os tipos de elementos, que impedem a análise das camadas mais profundas da atmosfera. Há décadas, esse é um obstáculo para estudar planetas do sistema solar como Júpiter, coberto de nuvens estratificadas de amoníaco, e Vênus, onde se estendem grossas nuvens de ácido sulfúrico.
A atmosfera clara do HAT-P-11b, entretanto, revelou, além de moléculas de vapor de água, também hidrogênio e vestígios de átomos pesados.
Espectro luminoso — Dada a impossibilidade de enviar sondas espaciais para estudar distantes exoplanetas, os cientistas tratam de estabelecer sua composição atmosférica a partir de informações do espectro electromagnético que chega à Terra. Assim, a partir de imagens obtidas pelos telescópios Hubble e Spitzer, os cientistas analisaram a luz emitida pela estrela do planeta através de sua atmosfera. O pesquisador Jonathan Fraine, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e seus colegas perceberam que a luz com comprimento de onda de 1,4 micrômetro era absorvida, o que está dentro do espectro de absorção de moléculas de água.
A presença de água é um dos elementos essenciais para que a vida possa se desenvolver. O achado é considerado chave para compreender a formação e a evolução dessa classe de exoplanetas, segundo aponta o estudo da Nature.
CONSIDERAÇÕES DESTE BLOG:
Como já postamos anteriormente (por favor, vejam
essas postagens) mais de 1.000 exoplanetas foram
detectados pelo Hubble. Destes, 352 apresentam
água em suas atmosferas.
O HAT-P-11b possui o tamanho do planeta Netuno
que embora possua um raio 4 vezes maior que a
Terra, é bem menor que Saturno e Júpiter.
Até este momento é o 353 exoplaneta a apresentar
água em sua atmosfera.
Não podemos deixar de relembrar que o nosso
"vizinho" Marte possui água (rios, lagos, mares) em
sua superfície. E que o satélite Encédalo de Saturno
"despeja" chuvas de água, gelo e sal sobre o anel 14
do planeta, o qual por sua vez faz esse volume cair
sobre a superfície de Saturno.
Em suma, água e vida nunca foram privilégio de
nossa modesta Terra. (VEJAM TODOS ESSES
DADOS EM NOSSAS POSTAGENS ANTERIORES).